quinta-feira, dezembro 15, 2011

O último recomeço

Não sei a quanto tempo não me sentia tão motivada. 
Acho que muita coisa mudou dentro de mim. Não foi porque eu quis, sabem. Aconteceu. No fim das contas, foram 3 principais coisas que me mudaram: raiva, injustiça e desejo de vingança. 

Esse ano passou por mim sem que eu desse o tom com que as coisas deveriam acontecer e bom, não foi meu melhor ano. Em 2011 eu me deixei de lado. Deixei de me cuidar em todos os sentidos, perdi meu foco e meus objetivos. Desacretitei. Desacreditei em mim e desacreditei em pessoas que costumavam ser essenciais na minha vida no meu cotidiano (me recuso a dizer que uma dessas pessoas já foi importante na minha vida). Foi um trauma, com certeza. Fiquei inerte. Não quis me defender. É triste ver pessoas jogando ao invés de viver. Nunca vou entender o que se passa na cabeça e no coração de pessoas que conseguem fingir. Mas o fato é que tudo o que me aconteceu tornou essa uma das fases mais lúcidas da minha vida

Das coisas que mudaram em mim: 
1. Não perco mais meu tempo com os outros; 
2. EU, EU sou a pessoa mais importante da minha vida; 
3. Não confio mais e pronto, não vou gastar energia tentando entender e sendo compreensiva. Ninguém vai ser comigo quando eu precisar; 
4. Se é preciso fazer, é preciso fazer!, não importa se eu quero ou não, se estou com vontade ou não. Ser uma pessoa honrada com seus compromissos é fundamental; 
5. Foco no objetivo, não importam os meios;
6. Me conhecer é mil vezes mais importantes do que conhecer os outros;
7. Ninguém vai me ajudar e não tem problema porque EU POSSO sozinha;
8. Mudar para conviver é necessário, mas deixar de ser eu mesma por causa disso não;
9. Fodam-se os outros.
10. F O D A M - S E, mesmo.

Daí que nos últimos meses comecei a pensar nisso e pensar mais em mim do que nos outros e adivinhem? VOILÀ! Finalmente comecei a dirigir minha vida de verdade, me aceitar como eu sou. E quem eu sou? É preciso ter coragem de descobrir uma coisa dessas. 
Antes eu tinha medo de ficar sozinha, sem apoio, sem suporte. Por isso me agarrava as oportunidades de agradar quem estava do meu lado, pra mim isso era ser companheira e amiga. Deixava meus compromissos de lado mas sempre dava um jeito de ajudar os outros. Deixava de chorar pra secar a lágrima de alguém. E esse movimento se tornou uma doença em mim: viciada em agradar. Sorrir, estar bem, ser agradável, engraçada, estar presente em todos os momentos. O mais engraçado de tudo isso é que além deu perder completamente o controle sobre as minhas emoções de tanto tentar me controlar, eu realmente me vi sozinha. Quando eu explodi, não tinha ninguém do meu lado. Não havia ninguém com que eu pudesse realmente contar. Na verdade, existia sim, EU mesma! Só que eu não estava exatamente acostumada e confiante o suficiente em mim... 
E ora, isso não é um absurdo?! Confiar no mundo, na vida, e em mim não?? Não era no mínimo injusto comigo mesma? E por quais motivos eu não confiava em mim? Sempre me considerei tão confiante que foi um choque descobrir que, na verdade, eu não tinha um pingo de esperança em mim mesma. E essa era a resposta. Era o que faltava para responder aquelas perguntas autopiedosas de sempre: "porque eu não consigo fazer nada? o que há de errado comigo?? porque é tão difícil para mim mudar??"
Simples: porque eu não acreditava, de fato, que isso era possível. E também porque eu fazia um cálculo errado das coisas. Achava que a motivação tinha que vir para eu começar a agir. Mas não existe motivação sem ação. E também comecei a questionar: quais eram os motivos para minha ação?

Até hoje não sei ao certo como esse movimento tão bonito começou dentro de mim. Essa coisa que a gente pode chamar de reforma íntima.

Depois tudo fluiu. Minha rotina se estabeleceu, me tornei uma pessoa mais disciplinada, não tenho vergonha dos meus medos, assumo minhas fraquezas. Tudo isso me tornou mais forte e me deu gana para mudar ainda mais.

Quando falo em desejo de vingança, é uma vingança interior. Não desejo mal a quem me fez mal, delas eu só quero distância. Mas vingança num patamar de honra: quero conseguir tudo o que eu deixei de conseguir durante esse tempo que vivi nessa constante confusão. E sabem, eu sei que eu vou, porque eu estou lutando por isso e não tem erro, 2 + 2 são 4, quem acredita alcança, quem planta colhe, etc. 


obs: à vocês, meninas, desejo do fundo do meu coração que nesse post vocês possam encontrar alguma faísca de entendimento de sí próprias e, quem sabe, vontade de mudar também :)
 

 
XoXo,
@skinnymenine






terça-feira, fevereiro 01, 2011

I've never been this nasty.

Deus. Nem sei por onde começar. 
Eu tenho tanto medo de não conseguir alguma coisa, que eu não consigo tentar. É ridículo, eu sei, mas é como eu me sinto. 
Vivo pensando sobre como amanhã será tudo diferente, e o amanhã nunca chega. Estou a base de sopa faz uma semana, e não consigo enxergar nenhuma melhora (além do fato de não ter engordado, o que já é um alívio). Mas morro de medo de me pesar. As pessoas dizem que emagreci, mas não sei. Não sei. Nunca tive tanto medo de um grama a mais.
Não era pra ser assim.
Era pra eu ser mais organizada, mais responsável. Tou numa fase que não sei dizer o que é. Já desmaiei de fome duas vezes esse ano, voltei a fumar (o que sinceramente, é o que mais me ajuda). Voltei a tomar remédios, fazer terapia. Aliás, permitam-me explicar minha ausência: fiquei tão nervosa com o fato de estar voltando pra ana que fiquei literalmente louca. "Pode ser ansiedade social, pode ser TOC.. vamos tratar os sintomas para ver no que dá, mas continuando assim e sabendo do seu histórico pessoal e familiar, levaremos em consideração um quadro Bipolar, até distúrbio alimentar é um sintoma, mas é um diagnóstico complicado de fazer". Foi o que minha psiquiatra disse. Ela disse que se for, todos os remédios que eu já tomei para depressão só me atrapalharam. Realmente, de qualquer modo, uma ajuda eles nunca foram.

Anyway, ainda tenho meus planos, minhas metas.
Planejei minhas próximas 10 semanas, e vou fazer dar certo porque eu tenho vocês, eu tenho a mim, eu tenho a Ana do meu lado.
Vocês também tem a forte e séria impressão de que se vocês perdessem peso, todos os seus problemas sumiriam?
Eu tenho, e é como se fosse verdade. Talvez seja, já que todos os meus problemas vem da minha falta de organização e determinação, ou para nós, a falta da Ana.

"Estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda."
(Paixão Segundo G.H. - Clarice Lispector.)

Eu sei obedecer aos outros, mas não a mim mesma.
Sobre isso, posso ouvir minha psicóloga dizer "E no que você acha que isso reflete, B.?"

Enfim. Meus planos:
(Pesagens aos sábados)
10 semanas:

05/02 -
12/02 -
19/02 -
26/02 -
05/03 -
12/03 -
19/03 -
26/03 -
02/04 -
09/04 -

Até dia 05/02: Dieta da Sopa
Dia 06 ao 19/02: Dieta da USP
Dia 20/02 ao dia 10/04: ABC.



XoXo,
@skinnymenine

domingo, outubro 03, 2010

Como tudo começou

Eu sempre tive facilidade de engordar e emagrecer e quando criança, somando isso ao fator "épocas de crescimento" eu vivia fases cheinha, magrela, cheinha, magrela... mas eu não ligava, era uma criança. Até que com 12 anos tive mais uma dessa fase bolinha, foi bem nas férias, na praia, eu tenho uma prima mais ou menos da mesma idade, com o mesmo corpo também, mas que naquela época estava mais magra que eu, bem mais. Não demorei a perceber, e demorei menos ainda para perceber que os outros já tinham percebido. Simplesmente não gostei, e isso ficou marcado. Mas como sempre, em alguns meses eu já estava magrela de novo, sem ter feito nada...
Daí, não sei ao certo como começou... acho que teve muito a ver com minha personalidade, eu sempre gostei de estar no controle, conseguir controlar como as coisas acontecem, o rumo e as proporções que as coisas tomam. Ao mesmo tempo, sempre fiz de um tudo para agradar as pessoas ao meu redor, nunca soube dizer não, e isso tirava meu poder sobre minhas próprias decisões. Mas tinha algo sobre o qual eu ainda tinha total poder de decisão... meu corpo. 
Eu comecei a reparar muito no corpo dos outros e no meu. De repente eu não gostava mais de gente gorda, quando via alguém acima do peso comendo, recriminava, tinha nojo, tinha dó. Eu morria de medo de ser assim, imagina? Se eu sentia isso dos outros, é claro que os outros sentiriam isso de mim. Quando sentia isso, acabava sempre comendo menos, ou não comendo, mas não era nada planejado, era o efeito que o medo de ser gorda me causava. 
Até que veio a internet, e eu percebi que não era só eu que me sentia assim. Descobri o prazer de fazer dietas, o prazer de estar morrendo de fome e saber que não tem nada dentro de você enquando as outras pessoas estão lá comendo. Me sentia forte. Cada semana uma dieta diferente, as tonturas, fraquezas... tudo era novidade, tudo era pelo controle que eu queria ter, e era bom, funcionava. 
Mas tinham meus pais, e tinha eu também. Eu tinha 13 para 14 anos, claro, amava chocolate, amava a comida que meu pai fazia nos fins de semana. Eu descobri que podia comer chocolate no fim de semana, porque eu podia ficar 3 dias sem comer depois. Podia, até meus pais perceberem que tinha alguma coisa estranha. Eu sempre fui de engordar e emagrecer, mas nunca de fazer dieta. Eles começaram a exigir que eu fizesse todas as refeições na mesa, e ficavam me vendo comer. Fiquei desesperada. Aproveitava todo e qualquer momento que eles não estavam para não comer, jogar comida fora, mas eles sempre davam um jeito de me observar, colocaram meu irmão mais velho de olho em mim. Eu já não sabia mais o que fazer, chorava depois de comer... até que comecei o colegial, estudava em período integral, ou seja, almoçava na escola. Quer dizer, não almoçava. Eu era obrigada a tomar um senhor café da manhã antes de sair de casa, mas em compensação ficava o resto do dia sem comer nada. Quando chegava em casa dizia a minha mãe que tinha comido alguma coisa "agora" mesmo, alí na escola, e também não jantava. Eu emagrecia mas meus pais achavam que era devido ao "ritmo forte" da escola... e acharam ai mais um motivo pra me entupir de comida nos finais de semana. Essa história de ficar sem comer, comer muito, não comer, destruir a geladeira, vcs sabem onde dá né? E deu, não demorei muito a começar a miar... 
Com 16 anos minha melhor amiga contou para os meus pais, e começou a maratona psicólogo, tarja preta, psiquiatra, nutricionista... Eu fingia não tomar os remédios, faltava nas consultas quando meus pais não podiam me levar. Perdi muitos amigos nessa brincadeira, meu humor oscilava demais, eu brigava todo santo dia com meus pais... resolvi, aos 17 anos e meio, que não queria mais "essa vida". Parei com as dietas, fui parando de miar... Ironicamente, foi ai que fiquei doente. Uma espécie de "pane" no meu metabolismo, meu cabelo caia, minha sombrancelha, tinha febre interna, anemia. Fiz um tratamento, engordei 14 kilos. 14 kilos, somados aos 8 que eu já tinha engordado para ficar no meu "peso saudável" segundo a nutricionista. 22kg a mais. 
Fiquei dois anos convivendo com isso, não podendo fazer dietas muito rígidas pois segunda a terapeuta, a sempre o perigo da ana e da mia voltarem.
Mas esses tempos eu caí na real. Isso não seria perigo nenhum, seria um alívio. 
Quem foi tua amiga um dia, nunca deixa de ser. Foi eu ficar sem comer um dia, pra me sentir bem como eu me sentia... ah... aquela sensação de poder, de superioridade, de autocontrole. 
No estômago, apenas borboletas. 
Por isso eu voltei. E posso dizer que tá me fazendo muito bem...



XoXo,
@skinnymenine

quinta-feira, setembro 09, 2010

Skinny Begins



Para todo aniversário, um ano novo.

Para todo ano novo, metas. 
E aqui ficam as minhas:
16 semanas = -30kg
16 semanas = pronta para correr a 1ª corrida 10k

1ª fase: 03/OUT a 30/OUT = -8,6kg
Método: LF saudável de 800 a 900 kcal, carboidratos provenientes apenas de verduras, legumes e frutas. Zero doces, álcool no máximo uma vez por semana (sendo os próximos dois dias compensados por um lf líquido e um lf de no máximo 400 kcal).

Além disso, caminhada/trote/corrida (ainda estou procurando uma planilha de treino) de domingo à sexta-feira. Alongamentos todos os dias ao acordar!


Pesagem aos domingos!


Feliz e apreensiva, 15kg a menos me fariam ter um corpo lindo, mas 30kg a menos me fariam magérrima, mais magra do que eu já fui nos meus "bons tempos". Mas faz parte do estilo de vida que quero ter daqui para frente, logo menos eu vou explicando melhor.

A vida é mesmo muito irônica. Tive que fazer infinitos meses e tomar remédios para largar a Mia. Resultado: fiquei "consciente", "saudável", percebi que era realmente magra e... engordei 14 kg. Não quaisquer 14 kg, 14 kg que eu tive medo de perder, de fazer alguma dieta e acabar voltando para guerra mia, a maratona de psicólogo, psiquiatra, tarja preta. 14kg com os quais eu quase, QUASE me acostumei. Até que você olha as tuas fotos e cai em sí.
E pensar que chegaram a me convencer que a pior coisa do mundo é estar tão preocupada com teu corpo, que é magra e te acha gorda. Hoje eu sei que existe sim coisa pior: estar GORDA achando que é MAGRA. Que tá tudo bem, que pelo menos se tem saúde. Gente, ninguém acima do peso é saudável, seja 1, sejam 100 kg a mais. O mundo é para os magros.
Por isso eu resolvi mudar, ou "voltar", whatever.
Dessa vez miar não vai ser minha fuga. Miar é para quando se perde o controle, e eu quero ter o controle. Controle de tudo. De mim, da minha vida, meus horários, meu corpo. Dessa vez a ordem é não comer o que não está nos planos. Não quero ficar dias sem comer, me cortar, me punir. Mas farei o que for preciso, e se for um caminho sem volta, que assim seja.


Vou colocar uma pulseira vermelha.
Vou ter um diário, escrever nele todos os dias.


Muito me estranha quem acha que é feliz acima do peso, se nem no peso a maioria consegue ser exatamente feliz. 
Beleza pode não ser tudo, mas como diria o poeta, é sim fundamental.




XoXo
@skinnymenine